25 de abril de 2024 20:51

XX ENCANTA LAFAIETE Madrigal Roda Viva – 25 anos: a força da cultura musical e a vanguarda do festival de corais

Fotos: Juliana Vsconcelos Fotografia

O Festival de Corais “Encanta Lafaiete”, após alguns anos de ausência, volta a acontecer com grande impacto e brio artístico, entre 11 e 29 de outubro, sob a promoção e organização do Madrigal Roda Viva, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura. Foram duas semanas, de muita música, do século 15 aos dias atuais, com a participação de diversos corais de vários gêneros , maestros renomados e músicos talentosos.

Em contraste as aflições de todas as naturezas, que amarguram sobre a terra e à vida, Conselheiro Lafaiete, por meio de seus artistas do teatro; da dança; das folias; do artesanato; das artes plásticas; da música, em sua pluralidade, segue a estrela do encantamento.

Mesmo com o evento sendo transmitido ao vivo, pelas redes sociais – Instagram e Youtube, um excelente público se fez presente aos concertos. A cidade se maravilhou com a multiplicidade exibida pelos coros, saboreando a excelência sonora ofertada pelos artistas que ascenderam nossos palcos.

OUTUBRO ENCANTADO

Concertos para corpo e alma

Em 11 de outubro o Coral Ars Nova da UFMG – BH, um dos mais admiráveis corais do planeta e de trajetória ímpar, presentemente sob a regência do Maestro Lincoln Andrade, conferiu ao público, um vasto repertório, de Schuman a Milton Nascimento, com extraordinária qualidade e competência para transmitir emoções, informações e conhecimentos, assegurando o entendimento da mensagem e entretenimento de auto nível. O Maestro Lincoln deixou a seguinte mensagem: “a experiência de cantar em Lafaiete se resume em alguns pontos: primeiro, cantar na belíssima Matriz Nossa Senhora da Conceição foi um grande privilégio. Outro aspecto interessante foi ouvir o trabalho do maestro Geraldo Vasconcelos com o coro Madrigal Roda Viva, que foi feito com muito cuidado e carinho. Fiquei encantado e bastante impressionado. Além disso, a maneira que o público nos acolheu foi surpreendente. O repertório do Ars Nova é difícil, não fazemos ele simplesmente para agradar. Nós cantamos para ressaltar as habilidades do coro e mostrar importantes obras que não são tão conhecidas. Gostaria de destacar que foi uma honra ter regido um concerto em Conselheiro Lafaiete e espero voltar! Encerra deixando um agradecimento enorme ao público, ao Madrigal Roda Viva, ao Secretário Municipal de Cultura Geraldo Lafayette e ao maestro Geraldo Vasconcelos

Uma semana após, o Coral Canarinhos de Itabirito, sob a regência do Maestro Eric Lana, coloriu a Matriz Nossa Senhora da Conceição, com arranjos muito bem interpretados e alinhados, à performances que afagavam os ouvidos e maravilhavam os olhos. O Canarinhos de Itabirito, é filiado à Federação Nacional dos Meninos Cantores do Brasil e já percorreu 10 estados brasileiros e o Chile, ocupando os mais diversos e importantes teatros e casas de espetáculo do Brasil, sob a regência e coordenação artística do maestro Éric Lana e preparação vocal e cênica da professora Thays Simões.

Um momento ímpar se deu pela inclusão do Coral de Meninas e Meninos Cantores do Projeto Roda Moinho, sob a regência do Maestro Geraldo Vasconcelos, De forma alegre e espontânea,

aproximadamente, 40 crianças e adolescentes, promoveram olhos marejados em boa parte do público. O encerramento dessa noite se tornou ainda mais especial para esses jovenzinhos, quando o Maestro Lana, os convidou para se juntarem aos Canarinhos, na canção final. Comovente!

O Maestro Lana disse: ainda estamos sob os encantos do festival. Parabéns por tudo que têm feito e muita força na linda jornada. Muito obrigado por não medirem esforços para nos proporcionar esse inesquecível encontro. Que possamos estar juntos em breve e por repetidas vezes! Sucessos e alegrias!

Na sexta feira, dia 20, o auditório do Solar Barão de Suaçuí, recebeu lotação acima da sua capacidade, para ver o Coral do IFMG de Ouro Preto, regido pela Maestrina Maíra Batista, apresentar, com distinto alinho, um delicioso repertório composto de canções da MPB.

E logo a seguir uma bem sucedida inovação: o show de Elizete Aleixo e Tuca Boelsums, maravilhando os fãs, pela qualidade habitual da dupla, interpretando obras da literatura da MPB e a fascinante poeira do Grupo Queluz de Minas. O Maestro Vasconcelos é categórico: “Elizete, se não está entre as mais famosas tem em si, a marca do encanto, que traz na voz, o abraço sonoro, que arrepia a pele, acaricia os ouvidos mais exigentes e aquece a alma. Ocupa no proscênio nacional, sem nenhum favor, o lugar de uma das mais talentosas intérpretes brasileiras sob a proteção das sagradas cordas da viola do genial Tuca Boelsums, a voz de Elizete consagrou a noite , principalmente na canção “Espelho”.

Na noite seguinte, o Teatro Municipal, acolheu centenas de pessoas para apreciar o consagrado Tom Maior de Mariana, sob a direção artística do Maestro Adeuzi Batista. Foi lindo de ver e ouvir aqueles jovens, levando a sério, com extrema competência, a arte de bem cantar música em alto nível.

E teve mais. A cultura artística de toda a região, de acordo com o Maestro Vasconcelos, foi contemplada com o néctar da música, quando a estupenda Mezzo soprano, Aline Lobão ascendeu o palco do Municipal, para muito além de cantar, esculpir sonoramente, a felicidade nas teias do universo, através de belíssimas canções de grandes compositores, entremeadas, com singeleza e sabedoria, por palavras de empatia, amorosidade e um claro recado de que somos todos, fios de um só tecido .

Um vendaval apaixonante de acordes e melodias, em requinte, devidamente apoiados no arrebatador piano de Paulo Borges, decretou docemente, uma cascata de sentimentos muito intensos, de alegria, prazer, admiração e reverência. Histórico!

Outra extraordinária inovação, foi a inclusão de um recital de violão, na tardezinha de domingo. Pelas mãos e memória de Luís Albanese, o excelente e gabaritado público que tomou as dependências da Igreja de Santo Antônio, pode apreciar obras de alguns dos melhores compositores brasileiros. De forma didática e aprazível, Albanese situou todas as canções, construindo uma deliciosa narrativa da história do violão brasileiro. Certamente, uma experiência que veio para ficar.

A NOITE DE UM MADRIGAL PRATEADO

Na noite do dia 27, a glamourosa e histórica Matriz Nossa Senhora da Conceição, abriu as portas para um público de luxo, afagar o Madrigal Roda Viva. Na plateia, as ilustres presenças de Alex Gomes, Vice Presidente do Conselho de Cultura; Osmir Camilo, integrante do LESMA e Conselho de Cultura; Nathália Kelly, Presidente da Casa do Teatro e também do Conselho de Cultura; Geraldo Lafayette – Secretário de Cultura; a Maestra Juliana Lima – Itaúna e o Maestro Cássio Marcelo – O. Branco, representantes do Comitê de reorganização da Federação Mineira de Corais; a Maestra Fátima Mendonça de Niterói; Hélcio Queirós – AMAR; Padre Geraldo Gabriel – Paroquia N. S. da Conceição, o artesão Wilson de Paula entre outros. Esse último, o responsável pela confecção do Troféu “Maestro Rocha Ferreira.

De acordo com o Maestro Vasconcelos, o coro escolheu entre quase três centenas de canções interpretadas pelo Madrigal, durante seus 25 anos, aquelas que marcaram essa rica trajetória, nos diversos palcos de Lafaiete, pelo Brasil e exterior. O programa foi dividido em três estações intituladas:

1ª estação: Música, divina música…

1. Ave Maria – Tomás Luís de Victoria – Solo: Maria Lúcia da Silva (Contralto); 2. O Magnum Mysterium – Pedro de Cristo; 3. The Lord bless you and keep you – John Rutter; 4. Ave Maria nos seus andores de Vicente Paiva e Jaime Redondo – Arr.: Marcelo Minal. Piano: Éder Tavares

2ª estação: Linguagem de todas as raças…

1. Roll, Jordan roll – Negro spiritual – do filme “12 anos de escravidão” – Solo: Jorge Murilo da Silva (Baixo); 2. O arco-íris – Harold Arlen / Edgar Harburg Arr.: Luiz Henrique Moreira – do filme “O Mágico de Oz”; 3. Manhã de carnaval, de Antônio Mª / Luiz Bonfá / Arr.: João Carlos Kuntz – do filme Orfeu Negro. Violão: Luís Albanese

3ª estação: Na terra, aroma de eternidade!

1.Te quiero – Alberto Favero / Mário Benedetti – Arr.: Liliana Cangiano – Solos: Gabriel Rodrigues Vasconcelos (Barítono) e Juliana Rodrigues Vasconcelos (Soprano); 2. Quem sabe isso quer dizer amor – Márcio e Lô Borges – Arr.: Márcio Pontes Miranda; 3. Sé que volverás – N. Ignativiades / J. Vivianos – Arr.: Neri A Milanez; 4. Caçador de mim -Luiz Carlos Sá & Sérgio Magrão.

O poeta considera que nas estações, “o trem que chega é o mesmo trem da partida”. Nessa estação, embarcaram iluminados ex cantores, entre eles os primeiros passageiros. Aqueles que a 25 anos, deram a partida: Alessandra Lana; Ruth Izabel e Fernando Celso. São os cofundadores do Roda Viva, ao lado do Maestro Vasconcelos e da Soprano Giselda Rodrigues – esta, em procedimentos auxiliares, primeiramente e a seguir como cantora, sendo a mais longeva, em atividade.

Foi uma linda e emocionante viagem, pelos trilhos de Se que volveras; O arco íris e Caçador de mim.

Juntos, cantores e ex cantores, pintaram o “varandão da saudade”, repleto de carinho, beleza, respeito e a certeza de que fazem parte, solidariamente da mesma história, indispensável à vida, do corpo e d’alma.

UM FESTIVAL DE CORAIS

Assim foi a noite de sábado – 28 de dezembro, quando mais uma vez, o Teatro Municipal foi o palco de extraordinárias emoções, vindas de Niterói, RJ – Coral Amantes da Música; de Carandaí – Coral Veritas; de Itaúna – Coral Una Voz; de Ouro Branco – Coral Espírita Vinha de Luz e de João Monlevade – Coral Monlevade para se conectarem ao Madrigal Roda Viva de Conselheiro Lafaiete e juntos embarcar todos os ouvintes a uma emocionante viagem.

Cada coro inventava do palco, uma estação, com notícias de todos os mundos. O Veritas noticiou a cristandade da Itália, na Ave Maria de Stefano Cui; a benevolência da Inglaterra em John Rutter e as contradições amorosas no Rio antigo, em Manhã de carnaval, de Antônio Maria e Luiz Bonfá.

Na segunda estação, a espiritualidade deixou a sua mensagem, nas vozes do Coral Espírita Vinha de Luz, de Ouro Branco, através de canções de profundo sentimento e da Ave Maria de Gounod, em vozes delicadas, apoiadas no exímio violão do Maestro Cássio Marcelo.

Na estação da História, o Coral Una Voz de Itaúna, invocou a memória e escancarou esperança, resistência e fé, nas canções que fotografaram tempos difíceis, do povo brasileiro. Sob a elegante regência da Maestra Juliana Lima, foi possível apreciar um coro firme e muito bem alinhado com as poesias e harmonias de Chico Buarque, Paulo Cesar Pinheiro, Milton Nascimento e outros.

Chegamos na estação da alegria. De Niterói, os “Amantes da Música” que vieram “como uma onda no mar” feito Lulu Santos e cantando “que maravilha” tal qual Jorge Bem Jor, descendo a rua da ladeira que nem “Sá Marina”, com a força da Mulher brasileira em “Madalena” de Ivan Lins. Foi a estação do compromisso com a felicidade e o abraço de uma gente que mesmo na dor, oferece sorriso. Leveza, irreverência e muita descontração, com a qualidade em alta.

A Maestra Fátima Mendonça, expressou com alegria que “…Deus nos concede muitos presentes, grandes oportunidades de conhecer amigos mais chegados que um irmão. Muito obrigada (C. Lafaiete), pelo carinho e acolhida. Amamos tudo! Esperamos retornar o mais breve possível!

Na quinta estação, notícias da terra do aço, onde o canto coral resiste a todas as intempéries. Um coro que nasceu e cresceu com a cidade de João Monlevade. Construiu e permanece escrevendo belas páginas na história da música coral brasileira. Na ocasião ouvimos o “Pai nosso” de Tchaikowski, seguido de duas críticas sociais, dos anos 70, bem humoradas, “O orvalho vem caindo” e “Trem das onze”. A poesia de uma “Canção amiga”, de Carlos Drumond encontrou seu canto, na magnífica composição do Maestro Luciano Mendes, onde piano, um lindo solo bem executado por Márcia Fonseca e um coro bem articulado, transitam sobre diversos planos sonoros magníficos e de atmosfera fascinante, a respaldar o poeta que afirma caminhar por uma rua que passa em muitos países, numa canção que acorda os homens e adormece as crianças.

O Maestro Luciano Lima, ao ser indagado sobre qual é a mensagem do Festival, proferiu: “Lembro-me, agora, de uma frase que me é muito cara: “Se vires um homem cantando, junta-te a ele, porque ele é bom.” Quem disse isso foi o alemão Blumenau, fundador da cidade de mesmo nome, em Santa Catarina. E se muitos homens, mulheres e crianças, de repente, se encontram para cantar? Aí está a magia do encontro de coros. O canto de Itabirito se junta ao de Niterói, Belo Horizonte, Carandaí, João Monlevade, Itaúna, Ouro Preto, Ouro Branco e outros e todos eles se encontram e en-cantam Conselheiro Lafaiete. Jovens, adultos, idosos, crianças liberam as energias que acumulam em suas realidades particulares, agora multiplicadas aqui pois, em música, o resultado é sempre maior que as parcelas somadas. Foi assim que vi: pessoas na rua se abraçando, parabenizando e agradecendo. Por quê? Felicidade, bem-estar indizível físico e psicológico. Idosos que cantam, dançam ao lado de jovens, com a mesma euforia. Que dizer de um senhor, cabeça branca, de bengala na mão, cantando e dançando no meio do Coral Amantes da Música, de Niterói? Que energia é essa que mantém octogenários, sexagenários e jovens cantando no Coral Monlevade, com pujança, alegria, completa saúde vocal, há 60 anos? Música, divina música, linguagem universal (cósmica) que penetra as almas e deixa que cada coração a decodifique como se fosse feita só para uma pessoa! Parabéns, Lafaiete! Parabéns, Geraldo!

Na última estação, encontramos o Madrigal Roda Viva, exibindo na face de seus cantores e cantoras, o suor; a emoção e a certeza de uma linda festa, a perguntar, “quem sabe isso quer dizer amor”? e afirmando na canção universal, TE QUIERO, que juntos somos muito mais.

Ouvindo os Maestros, cantores e significativa parcela do público, o festival, ultrapassou, e muito, as fronteiras do bom entretenimento. Os repertórios apresentados por todos que ascenderam os palcos, continham nas densas, porém ternas harmonias, aliadas à finas e rebuscadas literaturas de muita empatia, um elevado poder de cura. Afinal, “a alegria é resistência, porque ela não se rende. A alegria como potência de vida nos leva a lugares onde a tristeza jamais alcançará”. E a cereja do bolo se fez presente, quando o cerimonial, através da Casa do Teatro, anunciou de surpresa, o Maestro Geraldo Vasconcelos, como o homenageado do FACE – Festival de Artes Cênicas, em 2024. Em tudo, alegrias e encantos, adornados por lágrimas de muita felicidade.

Disse o poeta: “de tudo fica um pouco”. Dessa verdade a extraordinária Aline Lobão, nos concedeu uma mensagem/reflexão, construída no Festival: sou cantora professora de técnicas vocais e gostaria de compartilhar com vocês, como se deu o começo de tudo para mim, em música. Venho da periferia e apesar de vir de uma família com alguma estrutura (moradia e alimentação) , nunca foi muito claro que uma pessoa pobre como eu pudesse ter um futuro mais agradável. Eu era uma garota introvertida, insegura e com poucas expectativas na vida… tudo era inacessível para mim.

Ao observar essas características e até mesmo o quanto eu me isolava mais e mais de crianças e adolescentes da minha faixa etária na época (11 anos), minha mãe me perguntou se eu gostaria de ingressar num coral da Igreja na qual congregávamos em Contagem; eu cantarolava muito e quando estava sozinha em casa, o que eu mais gostava de fazer para além de brincar era cantar e ouvir música, mas até aí eu não sabia que isso era uma profissão, no entanto, logo no primeiro contato com o Coral, com as harmonias entre as vozes, os ensaios e a relação entre os colegas, me vi encontrando meu espaço, meu lugar no mundo.

O Canto Coral é uma prática que orienta a pessoas de todas as faixas etárias, classes sociais, etnias e culturas a se relacionarem melhor, entendendo a importância da própria voz e da voz do outro , da expressão de cada um como uma importante tecla de um piano, que se se ausenta, percebemos a falta que aquele indivíduo faz. Nos ensina também a lidar com as diferentes vozes e versões para além da música, mas ouvindo os pontos de vista em relação às nossas histórias, nossa cultura, nossos conceitos e pré conceitos enraizados e entender de forma mais ampla que a ARTE, seja na música, no teatro, numa tela de quadro ou de cinema, expressamos o inefável a respeito do passado ou do presente para a construção de ouvidos e indivíduos realmente interessados em ouvir para construir um lugar melhor, COLETIVAMENTE.

Bem como aconteceu comigo, outros cantores de outros lugares, como em Conselheiro Lafaiete, e do Madrigal Roda Viva, puderam entrar em contato com a arte, com a expressão musical e puderam seguir profissionalmente essa carreira que era inacessível a pessoas de baixa renda, e não só a seguir a carreira musical, mas deu e dá suporte ao ser humano de hoje, nesse contexto das experiências cada vez mais fugazes, a parar um pouco para ouvir aquelas coisas sobre as quais não sabemos exprimir mas sentimos e entendemos quando um coral canta. Vida longa ao Madrigal Roda Viva, bem como ao nosso querido camarada Geraldo e à esse movimento lindo e necessário de resistência de se fazer e ouvir música e gerar novas perspectivas de vida!

TROFEU ROCHA FERREIRA: O patrono do Festival

Em meio a tantos tesouros encontrados ao longo da Estrada Real, figura-se o nome de José Maria Rocha Ferreira. Compositor Sacro-erudito, organista, maestro, professor, escritor e jurisconsulto nascido em Conselheiro Lafaiete, quando a cidade ainda se chamava Queluz de Minas.

(…)Rocha Ferreira, espírito profundamente místico, tem na sua obra o rigor da escrita encontrado em J. S. Bach e majestosa religiosidade comparável a Cesar Frank e Gabriel Fauré (…).

Sua obra sacra, composta de missas, cantatas e motetes para duas, quatro e seis vozes, espelha em plenitude, o sentido litúrgico da missa, no rito religioso.

Difundida por vários maestros, dele se encontram partituras no museu de arte sacra de Mariana – MG; no Vaticano e em países da Europa e Costa Ocidental Africana. Sua produção profana, de sabor clássico e romântico, inclui peças para orquestra, piano, coro e solistas e está como obra sacra, na maioria, inédita.

De Lafaiete ainda tivemos participações especiais da Professora Márcia Assis e do Músico Matheus Baeta – Escola Vivace; Léo Cassilhas – Violino; Éder Tavares e Lídia Marzano – Piano.

Os eventos tiveram como palco, a Matriz Nossa Senhora da Conceição, O Solar Barão de Suaçuí, o Teatro Municipal Placidina de Queiróz, a Igreja de Santo Antônio, e o Museu da Estação Ferroviária. A escadaria da Igreja N. S. da Conceição foi o palco escolhido para o encerramento. Antes, no interior da Igreja, o Coral Monlevade, ao término da Missa das 10 horas, cantou com exuberância artística, três composições da erudição internacional, ocasionando aconchego e exultação aos fiéis.

Em seguida, os Corais se uniram à frente da Matriz, onde apresentaram diversos temas do universo da música coral, numa festa onde cada momento de beleza vivido e amado, se tornou uma rica experiência destinada à eternidade. Onde momentos de amor justificaram nossas existências. Encanto e empatia abraçaram sonoramente, a todos. Parafraseando Rubem Alves, o Encanta Lafaiete é uma flor (vigorosa) às margens do penhasco, uma clara possibilidade de esperança. O Festival de Corais ENCANTA LAFAIETE – LEI Nº 4940, DE 17 de abril de 2007, conta com o apoio da Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura, do Jornal CORREIO DE MINAS e da FEMICOR – Federação Mineira de Coros, que intermediou a participação dos Corais

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