19 de abril de 2024 13:58

Terminal de carga vai gerar 85 empregos diretos e 200 na implantação; comunidade faz cobranças a mineradora

Foram quase 3 horas de intensas discussões sobre os aspectos positivos e negativos da implantação do terminal de cargas de minério da JMN. A reunião ocorreu na noite desta segunda-feira (25), na Câmara Municipal de Entre Rios de Minas. A previsão de operação pé no segundo semestre de 2023.
O projeto, ainda em fase de licenciamento, prevê a construção de uma via de acesso pela MG383 até a ferrovia da MRS de onde será embarcada a produção vinda da mina situada em Desterro de Entre Rios e de outras mineradoras.
Pela primeira vez a comunidade conheceu detalhes da obra e seus impactos. Representantes da empresa salientaram que o projeto foi classificado de pequeno porte e ressaltaram que a localização, após estudos de outros possíveis alternativas locacionais, é de menor impacto ambiental e social, inclusive ventilaram a construção de uma ferrovia ligando a mina até a MRS, possiblidade descartada.
Pelos estudos da JMN, haverá uma redução em mais de 21% no fluxo de caminhões e de veículos e queda de mais de 70 km nos trajetos da mina até os fornecedores.

A empresa informou que do total de mais de 28 hectares do empreendimento, 3% da área de preservação permanente será afetada.
Sobre as nascentes, a JMN disse que será feito um projeto de recuperação dos cursos d’água além da bacia da região da Barrinha. Serão instalados muros acústicos para conter os barulhos e ruídos, como também o uso de caminhões pipas, lavadores de roda para caminhões, como também abafadores e outras técnicas para conter a poeira.
A JMN explicou que o volume de água utilizado no empreendimento não afetará a captação para o consumo humano. A empresa garantiu que não será usada outra estrada até o terminal de cargas.
Segundo a JMN serão gerados 200 empregos na fase de implantação e 85 na operação do terminal. A previsão é de um incremento em receita na ordem de R$1,6 milhões ao ano.

Contestações

“A realidade teórica é diferente da realidade fática”, expressou o Juiz de Direito, Joaquim Morais Júnior ao questionar o projeto apresentado pela JMN. Alguns representantes da sociedade civil e moradores debateram que a baixa geração de empregos do empreendimento e cobraram investimentos em qualificação profissional.
Outro questionamento foi sobre investimento na malha rodoviária na MG 270 entre Desterro a Entre Rios com o piso sucateado pelo volume de caminhões.
“Fomos tomados de surpresa por este investimento e precisamos de mais reuniões”, salientou Cássio Barbosa cobrando aproximação da empresa com a comunidade e mais transparência. Ele entregou aos representantes da mineradora uma série de questionamentos e dúvidas sobre o projeto.
O Professor Evandro Diniz, Presidente da Ong Ecopaz, solicitou que a empresa estudasse outra localização para o empreendimento. Maria Aldina pediu também mais informações sobre o terminal e um estudo para melhor localização do trevo de acesso a MRS. “Outras comunidades acima do trevo serão impactadas”, ressaltou.

Outras falas

O Prefeito de Entre Rios de Minas, José Walter (PSB) rebateu as informações ventiladas durante a reunião de que a administração e JMN já vinham há mais de 2 anos conversando sobre o empreendimento. “Não temos nada a esconder e hoje que estamos conhecendo o projeto. Entre Rios precisa de investimentos. Concordo que precisamos de mais esclarecimentos e estamos dispostos a discutir qual será o valor que a municipalidade vai receber com este empreendimento”, assinalou.
O Presidente da Câmara, Tiago Itamar, pediu a JMN uma visita dos vereadores e representantes de segmentos organizados a um terminal de cargas da empresa. “Se será um o melhor terminal conforme informou a empresa nos relatos aqui, vamos conhecer então este empreendimento para saber se realmente será diferente”, finalizou.

Assista a reunião na íntegra abaixo:

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