19 de abril de 2024 10:04

Missa de 7º Dia celebra a dor da perda de Alessandra Frangenipaula, exemplo de generosidade, superação e amor ao próximo

Hoje (26), a partir das 19:00 horas, na Igreja São Judas Tadeu, no Bairro Gigante, em Lafaiete, será celebrada a Missa de 7º Dia de Alessandra Frangenipaula dos Santos Miranda Sousa. Sua morte precoce, aos 35 anos, aconteceu na manhã do dia 20, no Hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte, comovendo amigos e familiares. “Ela nunca deixou de sorrir. Seu legado e exemplo ficarão marcados profundamente em todos os que a conheceram”, comentou emocionado, o esposo, Elton Jesus Sousa, de 38 anos, com quem conviveu entre namoro e casamento por 16 anos, uma relação intensa de amor, carinho, cumplicidade e companheirismo.

A história de superação

Alessandra Frangenipaula e Elton moravam no Bairro Sion. Ela era tatuadora, artista, pintora e ativista da causa animal. Em 2020, Alessandra descobriu um câncer de mama triplo negativo, comum em mulheres com menos de 40 anos, e uma doença bastante agressiva. Assim iniciou a luta e superação de Alessandra entre idas e vindas do tratamento doloroso de quimioterapia, quimioterapia oral e ciclos de radioterapia. Em seguida foi realizada a cirurgia de retirada da mama, que apesar de invasiva e dolorosa, trazia o alívio da retirada dos nódulos. 

Tudo seguia bem e respondendo positivamente aos procedimentos, esperança da cura, de retorno a uma vida normal e dedicação às suas artes e seu ativismo social.

Porém em meados de 2022, ela começou com uma tosse com sangramento e desconforto. Nesse meio tempo ela descobriu que estava gerando uma vida e que estava grávida a poucas semanas. Após exames, na semana seguinte Alessandra descobriu que estava com câncer em grau 4 no pulmão. Entre a alegria e dor, Alessandra vivia a perspectivas de superar as batalhas e enfrentar os desafios da doença. Abater, jamais! Este era lema de sua vida!

Para manter a vida da filha Aurora, Alessandra abriu mão das sessões de radioterapia para não comprometer seu maior amor, já que o tratamento poderia afetar a gestação. Mas a doença foi evoluindo, mas ela mantinha sua rotina entre os fazeres diários, sua arte e os animais. Em outubro, ela emprestou seu exemplo e palestrou no Hospital Queluz, nas comemorações do Mês do Outubro Rosa, evento marcado por ações afirmativas de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.

E as dores aumentavam e em fevereiro deste ano surgiu a necessidade de antecipar o parto pois suas dores já não eram suportáveis, assim Aurora sairia do “forninho” um pouco antes, seu maior amor e para quem vivia diariamente e suportava as dores com os seus sentimentos mais nobres e puros. E em meio ao tratamento das doenças, Alessandra recebeu através de inúmeras campanhas, doação de sangue diante do quadro debilitado de saúde. E não faltaram voluntários de toda de Lafaiete e região a sua causa.

Vinda ao mundo

No início de março, a “iluminada” veio ao mundo, com 32 semanas, proporcionando uma alegria indescritível ao casal e a família. Foram momentos marcantes em que o amor superou a dor.

No dia 18 de março, Elton recebeu a informação dos médicos de que havia uma perda aguda da função renal de sua esposa e que não era possível realizar nenhuma intervenção. Entre os dias 10 e 20 de março Alessandra conviveu e amou muito sua filha.  “Ela suportou a dor e colocou sua vida em segundo plano para salvar nossa aurora. Ela foi resignada e abnegada ao extremo”, comentou Elton.

Alessandra faleceu no dia 20 de março e foi cremada em Lagoa Dourada no dia 23 em uma cerimônia marcada pela emoção. E ficou o exemplo de muitos valores perenes que vão marcar sua passagem neste mundo. Sua vida não foi em vão e foi plena. “Ela nunca abaixou a cabeça nem mesmo nos momentos mais dolorosos. Superou todos os ciclos dos tratamentos, fez palestras, trabalhou pela causa dos animais, que tanto amava. Ela não deixou de lutar pela vida até o último instante. Ela deu o máximo de si pela sua filha. Ela sempre sorrindo, uma prova de amor a vida”, destacou Elton.

Aurora segue internada na UTI Neonatal, com 1,7 kg, e deve deixar o Hospital Vila da Serra nas próximas semanas. Além da filha, Alessandra deixou 7 cachorros de estimação. “Como ela nos ensinou e nos proporcionou o exemplo máximo de doação e amor ao próximo. É com este espírito que vamos superar todos estes momentos, eternizar seu exemplo e celebrar a vida e cada momento que convivemos juntos. Nosso amor é eterno e a Aurora será meu conforto e por quem dedicarei toda a minha vida. Seus sonhos serão eternizados” finalizou. 

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