17 de abril de 2024 23:00

Morte de Dom José: Prefeitura de Entre Rios decreta luto de 3 dias

Dom José dedicou sua vida em favor de seus semelhantes/Reprodução

O prefeito municipal de Entre Rios de Minas, José Walter Resende Aguiar, decretou três dias de luto oficial no município pelo falecimento do Bispo Emérito da Diocese de Divinópolis, Dom José Belvino do Nascimento. Dom José prestou relevantes e inestimáveis serviços ao município como pároco, professor e ilustre morador da cidade.

Padre José, como era carinhosamente conhecido, residia em Entre Rios de Minas quando por mais de 30 aos foi pároco loca. O religioso se destacou pela fé, dedicação, amor aos mais pobres e levava uma vida simples.

Ele faleceu ontem, dia 8, por volta das 23:00 horas, vítima de um infarto. Seu corpo é velado na Matriz quando por volta das 16:00 horas será transladado para Divinópolis. Padre José será enterrado amanhã em Conceição do Pará (MG) onde será sepultado no Santuário Diocesano.

O bispo completou no último dia 29, 87 anos.

Ele foi colaborador do site e jornal CORREIO DE MINAS.

HISTÓRIA:

Dom José está sendo velado na Matriz de Entre Rios de Minas

José Belvino do Nascimento é natural de Marcês, região da Zona da Mata, onde viveu por pouco tempo, cerca de um ano. Mudou-se com a família para Rio Espera-MG; cidade em que morou Antônio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho” escultor, entalhador e arquiteto mineiro da arte barroca, considerado o maior escultor do período barroco.

Em Rio Espera, José Belvino passou a infância num ambiente repleto de amor e carinho. Sua família, muito católica e religiosa, teve papel fundamental em sua vocação. Bem cedo ingressou no Seminário, logo após cursas a escola primária.

Uma nova etapa na vida de José, que deixa o conforto do lar, o carinho dos pais, para dedicar sua vida a Deus. Uma escolha que sem dúvida nenhuma iria transformar a vida daquela criança humilde da pequena cidade de Mercês.

A vida no seminário serviu para confirmar ainda mais o desejo de se tornar padre; e o tempo tratou de lapidar aquele diariamente bruto, é claro, com a ação do Espírito Santo. No dia 02 de dezembro de 1956, na Catedral de Mariana, José Belvino é ordenado Padre.

A ordenação

Naquele tempo não havia ordenação nas paróquias, somente nas Catedrais, e devido à longa distância de Rio Espera a Mariana só os familiares mais próximos puderam participar da festa. Padre José Belvino só pôde celebrar com o povo e o restante dos familiares, no dia 05 de dezembro de 1956, em Rio Espera, três dias depois de sua ordenação, com grande festa preparada pelos fiéis.

 “Foi uma alegria para todo mundo, uma grande festa! A gente não esquece nunca, é muita emoração. É mundo novo, a gente fica até ‘meio bobo’ porque não esperava, não tinha muita esperança de conseguir vencer, e vencemos”, afirma, hoje Dom José.

Região se despede de Dom José Belvino

Daí em diante, Padre José Belvino passou a viver intensamente os ensinamentos de Cristo, a propagar o amor fraterno, a promover a partilha ns comunidade como verdadeiro mensageiro da Boa Nova. José fez a opção pelos mais desfavorecidos e buscou, através do sacerdócio, alimentar a fé na presença  viva de Jesus na Eucarístia.

Nomeado Bispo

24 anos depois após a ordenação de Padre, próximo de completar Bodas de Prata, José Belvino recebe aquele, que sem dúvida, seria dos mais importantes serviços de sua vida: a nomeação de Bispo.

Uma grande festa mobilizou Entre Rios de Minas, na Paróquia de Nossa Senhroa das Brotas, onde trabalhou de 1960 a 1981.

A Consagração Episcopal aconteceu no dia 29 de setembro de 1981, às 10h, na Praça da Matriz. Foi sagrante, Dom Oscar de Oliveira, Arcebispo Metropolitano de Mariana e consagrantes os bispos: Dom José Lima, de Sete Lagoas que foi seu antecessor em Itumbiara e Dom Hélio Gonçalves Heleno, bispo de Caratinga.

Chegada em Divinópolis

Dom José trabalhou por dois anos em Conselheiro Lafaiete, um ano em Coronel Fabriciano e Acezita, um ano em Piranga e por vinte anos na cidade de Entre Rios de Minas. Na diocese de Itumbiara-GO ficou por seis anos como bispo, quando em seguida foi coadjutor na diocese de Patos de Minas.

Sua chegada em Divinópolis se deu em 11 de junho de 1989 e a posse aconteceu numa noite de muita chuva, na Catedral do Divino Espírito Santo; noite em que ficou muito marcada para os fiéis: “Naquela noite caiu uma chuva famosa que os fiéis apelidaram com ‘chuva do bispo’. Foi muito forte e quebrou os vidros das janelas da Catedral, derrubou árvores, enfim, foi um alvoroço ”; diz o bispo.

O trabalho na Diocese de Divinópolis

Com certeza, Dom José escreveu novo capítulo na história da Diocese de Divinópolis nestes vinte anos como Pastor Maior da nossa Igreja.

Sempre preocupado e zeloso para com as coisas de Deus, acompanhou e levou às paróquias palavras de esperança. Cuidou com carinho do Seminário e durante seu trabalho pastoral foram ordenados mais de cinquenta padres e criadas dezesseis paróquias.

Mais Notícias

Receba notícias em seu celular

Publicidade