24 de abril de 2024 00:05

Festival atraiu milhares com quitandas e música de qualidade e clima acolhedor

A 17ª edição do Festival da Quitanda de Congonhas vai deixar saudades. As milhares de pessoas que passaram pela Romaria neste fim de semana (20 e 21.05) se deliciaram com a tradicional culinária mineira, feita pelas mãos talentosas de cozinheiras e quitandeiras de Congonhas e da Região. O evento, promovido pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, teve o patrocínio da CSN Mineração e contou com o apoio da FUMCULT, Emater, do Conselho Municipal de Cultura, do Mercado Central e promoção da Radio Educativa FM.

No sábado, os caldos foram as grandes estrelas da noite. Caldo de mandioca, inhame, moranga e feijão foram apenas alguns dos pratos que deixaram congonhenses e visitantes com água na boca. A Romaria recebeu um público animado que não se intimidou com a noite fria e prestigiou a boa culinária e a música sertaneja de raiz com as apresentações de Gabriel Sater e da dupla Mayck e Lyan.

No domingo, 21, o Festival começou bem cedo. Mantendo a tradição dos últimos anos, muitas pessoas fizeram a primeira refeição na Romaria. O espaço foi especialmente decorado para o evento, ganhou forno de barro, um curral com animais da roça e até um charmoso armazém, que foi o destaque da festa.  Neste clima, 48 stands comandados por quitandeiras de Congonhas e de outras 18 cidades da região comercializaram quitandas com receitas que passaram de geração em geração e outras que foram criadas especialmente para a festa. Além disso, os visitantes puderam experimentar o famoso Chá de Congonhas e o Cubu que foram oferecidos gratuitamente pelos organizadores da festa.

A aposentada Maria Luiza Amaral, 75, participou da festa acompanhada de um grupo de 42 pessoas que vieram de Belo Horizonte para o festival. “É a primeira vez que participo. Eu adoro as coisas de Minas, a música e a comida boa. Acho importante a valorização do que é da nossa raiz, como esse festival faz. Festa organizada, bonita e com bom atendimento. Vale a pena!”, disse Maria Luiza.

O festival se estendeu por todo o domingo e teve muitas apresentações musicais. Grupos de Congados, a Corporação Musical Bom Jesus e a cantora Mayara Rodrigues se apresentaram pela manhã. A tarde, o grupo Viola Inviolada, Miltinho Edilberto e banda e o cantor Cléber Tarcísio animaram a festa.

O Concurso

Enquanto acontecia o festival, cerca de 30 jurados especializados entre chefs de cozinha, gastrônomos, professores de gastronomia, nutricionistas, empresários de ramo, além de representantes do setor público na área de agricultura degustavam e escolhiam as quitandas vencedoras do Festival.

A jovem Loren Cristiene Silva foi surpreendida com o 1º lugar na categoria Prata da Casa com o Bolo de Milho com Requeijão. “Esta é uma receita de família. Com o passar dos anos, a gente foi acrescentando alguns ingredientes e incrementando a receita, até chegar neste bolo que fazemos hoje [domingo]. Nós produzimos nossas quitandas em casa e vendemos aos sábados na feira. Eu não esperava ganhar esse prêmio por ser a primeira vez que a gente participa. Estou muito emocionada!”, disse Loren.

O jurado Luiz Frederico Vieira, 31, é Chef de Cozinha e também participa do festival pela primeira. “Achei excelente a qualidade das quitandas. Gostei muito da Broa de Pé de Moleque, do Pudim de Cenoura e da Rosquinha de Nata com Canela. Esse é um festival importante de valorização da cultura e da gastronomia mineira. É um evento que já é tradicional no estado. Fiquei muito satisfeito em participar”, afirmou Luiz.

Confira os ganhadores:

Categoria Comércio Especializado
1º lugar: Biscoito de Nata com Canela – Santa Bárbara do Tugúrio
2º lugar: Broa Pé de Moleque – Padaria Santo Pane – Congonhas

Categoria Quitanda Regional
1º lugar: Pastel de Angu com Recheio Vegado – Itabirito
2º lugar: Bolo de Arroz – Itaverava

Categoria Prata da Casa
1º lugar: Bolo de Milho com Requeijão – Divino Sabor – Congonhas
2º lugar: Bolo de Melado – Colméia – Congonhas

Melhor Stand
Açúcar com Afeto – Congonhas

Patrimônio Imaterial

Outra novidade do Festival este ano foi a confirmação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que o Ofício das Quitandeiras de Minas Gerais está cada vez mais próximo de ser reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial.

“Estamos na fase da realização de pesquisas que justifiquem este registro. A expectativa é que até 2019 o registro seja aprovado. Não estamos registrando receitas, estamos eternizando o fazer, o ofício. Isto é o que fica. Patrimônio Imaterial não é só memória, são as ações do cotidiano”, explicou Célia Corsino, superintendente do órgão em Minas.

O pedido para o reconhecimento do Oficio das Quitandeiras de Minas Gerais foi feito pelas quitandeiras de Congonhas e pelo Governo Municipal em 2013, graças à dissertação de mestrado “O ofício das quitandeiras: tradição e patrimônio cultural de Minas Gerais”, da pesquisadora mineira Juliana Bonomo, que foi uma das juradas do Festival.

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